Gatos salvam vidas em Moçambique



No ano de 2009, surgiu numa região central de Moçambique, no Distrito de Guro, uma praga de mambas, serpentes altamente venenosas que podem matar um ser humano se este não receber tratamento depois de ser mordido. Para minimizar o perigo, o governo local resolveu soltar gatos e porcos para caçarem os tão temidos répteis e, em apenas 5 anos, o número de ataques diminuiu e o número de mortos também. Nessa altura, as vítimas feridas contavam-se às dezenas e mortos confirmados foram 15, um número extremamente elevado, relativamente ao que era habitual até aí.


Foi a necessidade que aguçou o engenho e, na falta de outras alternativas, os porcos e os gatos foram uma esperança para os moradores da região, tornando-se verdadeiros guardiães das mulheres e crianças que temiam sair para as suas habituais tarefas de recolher lenha, captar água ou tratar das hortas. Na altura, os homens tiveram de abandonar as suas tradicionais ocupações e começaram eles a realizar estas tarefas, na esperança de proteger as suas famílias. Desde então, o número de ataques não parou de baixar, sendo que no ano passado as vítimas mortais foram apenas 3 e em 2014 ainda nenhum caso mortal foi registado. O número de ataques foi drasticamente reduzido desde que os gatos e os porcos entraram ao serviço, demonstrando que a opção tomada teve sucesso e que estes animais podem também salvar vidas.

O que leva as serpentes para junto dos humanos são as chuvas, as queimadas e os roedores, que se multiplicam mais nas zonas mais habitadas. O que os porcos e os gatos fazem para controlar a população é matar e comer as cobras ainda jovens, diminuindo assim os riscos para os humanos e evitando que os répteis encontrem nestes locais condições ideais para se multiplicarem.

Mas não foram só os gatos e os porcos que fizeram baixar o número de mortos pois, apesar de haver menos ataques, eles continuaram a acontecer. A existência de mais e melhores fármacos para tratar os feridos também teve um importante papel na salvaguarda das vidas dos habitantes da região, ajudando bastante ao trabalho “braçal” realizado pelos pequenos felinos e pelos porcos.

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