Doenças Infecciosas nos Gatos


 
Causadas Por Vírus:

-Panleucopenia (Parvovirus)

Gastroenterite Infecciosa

Doença causada pelo Parvovírus felino, que acomete mais os animais jovens, principalmente os entre 6 a 12 semanas de vida. É um vírus muito resistente a desinfetantes e meio ambiente, podendo sobreviver sob condições desfavoráveis por vários meses ou até mesmo anos. É sensível ao Hipoclorito de Sódio 1:32.
Altamente contagiosa e de alto índice de mortalidade.

Modo de transmissão: Através do contacto com água e alimentos, coleiras, cama, roupas, etc, contaminados com secreções ou fezes de gatos doentes.

Sintomas: Febre acima de 41°C, depressão, perda de peso, pelos arrepiados, secreção nasal e ocular muco purulenta, desidratação, perda de apetite, sede intensa, vómitos claros ou esbranquiçados, diarreia.

 Cada gato apresenta uma combinação diferente de sintomas, dependendo da sua resistência, idade e saúde.

 A única forma de se evitar a doença é através da vacinação.

 

 

-Rinotraqueíte (Herpesvirus felino1-FHV1)


Herpesvírus Felino tipo1, anteriormente conhecido como Vírus da Rinotraqueíte, pode causar uma variedade de diferentes sintomas. Ele afeta o trato respiratório superior, causando: secreção nasal e espirros por causa da rinite, conjuntivite, úlceras de córnea e orais, diarreia e febre. Pode causar ainda, na fêmea, aborto e morte neo-natal

É a causa mais comum de conjuntivite crónica e que não responde a tratamento por antibióticos.

Em filhotes a infecção é mais grave. Pode ser transmitida da mãe para o feto por via placentária, ou após o nascimento, através do contacto direto.

Como acontece com o Herpesvírus humano, o vírus pode ficar "adormecido", em estado latente, dentro do organismo e reaparecer em casos de stress.

O modo de transmissão requer um contacto íntimo entre o gato portador e o susceptível. Esse contacto pode ser por lamber um ao outro, compartilhar comedouros e bebedouros e via aérea através do espirro.

 

Raiva (Rabies virus)

 

É uma zoonose grave que atinge todos ao animais de sangue quente. A transmissão se faz através de mordidas e da saliva de animais infectados. A incubação da doença pode durar entre 30 dias à 18 meses. Os sintomas mais comuns são os do Sistema Nervoso, incapacidade de engolir alimentos ou água, incoordenação e paralisia de membros posteriores e mandíbula. Alguns animais se tornam muito agressivos, devido a hipersensibilidade dos sentidos que a doença causa. Estímulos visuais, auditivos são destorcidos, aumentados e dolorosos. A doença não tem tratamento mas a vacinação é totalmente eficaz. O reforço da vacina é anual.


Calicivirose (Calicivirus felino)


Causa comum de infecção respiratória em gatos jovens e adultos.

A infecção ocorre por via oral, e se inicia na orofaringe

Causa uma variedade de sintomas semelhantes aos do Herpesvírus.

Tem como sintomas principais: ulceras na mucosa oral e língua, febre, dores articulares, artrites, rinite, conjuntivite, gengivite, descarga nasal e ocular.

 É causa comum de gengivite e estomatites cronicas em gatos.

Os animais jovens são mais severamente afetados do que os adultos.

Assim como o Herpesvírus, pode ficar em estado latente, mas não reativa-se com o stress do animal.

Prevenção através da vacina.

 

Peritonite Infecciosa Felina -FIP(Corona virus)

Doença causada por um Coronavírus, caracterizada por uma hipersensibilidade do sistema imunológico. As lesões que ocorrem no organismo, são decorrentes das tentativas do sistema imunológico em eliminar o vírus, que infecta as células de defesa do organismo, que por isso não conseguem destruí-lo.

 O coranovírus causador da FIP, aparentemente é uma mutação do coronavírus que causa Enterite Felina (FEC), só que este último causa uma infecção localizada apenas no intestino.

 O vírus pode sobreviver por 6 semanas no ambiente, mas é facilmente destruído por desinfetantes comuns. Uma boa limpeza ajuda para que a doença não se espalhe para outros gatos que estejam no mesmo ambiente, além, é claro, do isolamento dos doentes.

 O longo tempo de incubação do vírus dificulta a prevenção, já que ele pode chegar a 2 meses, portanto, quando surgem os primeiros sintomas, o gato doente já contaminou outros.

A faixa etária mais afetada está entre os gatos de 6 meses a 2 anos, e os acima de 11 anos.

Os sinais da doença são vagos e não muito específicos. São sintomas digestivos e respiratórios, letargia, falta de apetite, debilidade progressiva com febre, aumento abdominal, problemas oculares e sintomas neurológicos, linfonodos aumentados.

 A presença de fluidos na cavidade peritonial e pleural, causa aumento destas, mas não ocorre dor. A gato pode apresentar dificuldade respiratória pela presença de líquidos na pleura. Existe uma forma seca da doença, em que não ocorre o aumento abdominal.

 Dentre os sintomas neurológicos, pode ocorrer: desorientação, falta de coordenação, paralisias, convulsões.

 O vírus da FIP é a causa mais comum de febre de origem indeterminada. Todo gato com febre que não responde ao tratamento com antibiótico, deve ser suspeito de estar com Peritonite Infecciosa.

Atualmente acreditasse que a forma de contaminação mais prevalente, é a de mutação do coronavirus em virus da PIF. Mesmo em locais onde haja gatos já positivos, a forma de contagio animal para animal, não parece ser a mais comum. Por isso, mesmo um gato único, preso num apartamento, pode de repente desenvolver PIF, porque o coronavirus que ele tinha resolveu mutar.

Ainda não se sabe ao certo porque o virus muta, mas já sabem que existem fatores predisponentes, como hereditariedade, stress, estado de saúde geral do animal, entre outras coisas.

Podem ocorrer problemas secundários no fígado e rins.

Os gatos podem ser portadores assintomáticos do vírus.

Os filhotes são infectados antes do nascimento ou nas primeiras 5 semanas de vida.

A via de transmissão do vírus pode ser oral, respiratória ou parenteral. O tempo de incubação é variável.

Existe uma cepa mais virulenta do vírus que mata rapidamente. Mas a maioria das infecções ocorre pela cepa menos virulenta. A virulência depende da cepa do vírus, da resistência do organismo do gato e da sua resposta imunológica ao vírus. Se ele possui uma boa resposta imunológica tem boas chances de sobreviver.

O uso da vacina ainda é controverso.

Leucemia Felina (Virus da Leucemia Felina-FeLV)

Leucemia felina é causada por um Retrovírus, específico para gatos, portanto não transmissível para o Homem ou cães. Foi descoberto em 1964 e atualmente, é considerado a causa de morte por doença infecciosa mais comum em gatos. Por causar imunossupressão, deixa o gato indefeso contra qualquer outra doença.

A transmissão se dá através de mordidas (saliva) ou contacto com gatos doentes (secreções nasais, espirros, lambedura, fezes, uso do mesmo sanitário).

O vírus não vive por muito tempo no ambiente, sendo facilmente eliminado com o uso de desinfetantes comuns.

A prevenção é através de vacinação, com reforço anual. Alguns gatos podem apresentar reações à vacina, mas é preferível essa reação de curta duração do que a morte por uma doença tão terrível.

Se você já tem gatos em casa e pretende introduzir outros no mesmo ambiente, se não tiver a certeza que foram vacinados, mantenha-os em separado, até ter a certeza, através de seu veterinário, que pode fazê-lo.

A Leucemia felina é diagnosticada através de exame de sangue (ELISA), como o falso positivo não é raro de ocorrer, indica-se a realização de um segundo exame em caso do primeiro der positivo, para dar confirmação.

Quando o Retrovírus penetra no organismo do gato, se reproduz inicialmente no tecido linfático, que é a primeira barreira de defesa. Alguns animais conseguem combater o vírus com sucesso neste local. Se isso não ocorre, o vírus então passa a atacar a medula óssea, onde as células vermelhas e brancas são produzidas. Pode então ficar latente e se reativar, até anos depois, em caso de falha do sistema imunológico.

Os sintomas de Leucemia são na verdade os sintomas das diversas doenças que acometem o gato, por ele estar sem as defesas naturais, devido ao retrovírus. Ele apresenta infecções cronicas como estomatite, gengivite, ulceras na boca, abcessos e feridas na pele que não cicatrizam, infecções no trato respiratório, anemia, acúmulo de líquido na cavidade pleural, desenvolvimento de tumores, febre, problemas reprodutivos e associação com Vírus da Imunodeficiencia Felina (FIV), Peritonite Infeciosa Felina (FIP), Hemobartonelose. Todo gato com anemia e desordens sanguíneas deve ser testado para Leucemia.

 

Prognóstico para Leucemia

Não há como prever como um gato jovem vai reagir ao vírus da Leucemia.

Em alguns casos, somente alguns gatos ou apenas 1, de uma mesma ninhada é infetado, e o restante não.

Cerca de 30% dos filhotes e gatos adultos infectados pelo vírus, desenvolvem imunidade, nunca adoecendo.

Pode também ocorrer uma infecção latente, quando o vírus é mantido na medula óssea ou no sistema nervoso, onde não causa dano, até que devido a um stress, o sistema imunológico falhe e o vírus se reative.

O organismo de alguns gatos, consegue tolerar o vírus, mas não suprimi-lo, tendo o vírus na corrente sanguínea constantemente, sendo assim portadores e transmissores da doença.

Pode ainda ocorrer que o gato morra da infecção inicial pelo vírus da Leucemia.

Em alguns casos, o gato se torna susceptível a infecções na bexiga urinária, pode manifestar mudança de comportamento, podendo urinar em locais errados por se sentir fraco para ir até a caixa sanitária.

A leucemia, é causa comum de formação de líquidos nos pulmões, muitas vezes com a presença de tumores.

 

Feline AIDS- FIV(Virus da Imunodeficiência Felina)

Sindrome da Imunodeficiência felina é causada pelo FIV (Feline Immunodeficiency Virus), um Retrovírus, que causa depressão do sistema imunológico do gato, deixando-o vulnerável a uma série de doenças secundárias, que podem ser fatais, como doenças infecciosas; cancro; etc

Seu modo de ação é semelhante ao vírus HIV humano (AIDS), mas NÃO é o mesmo vírus. NÃO há perigo de um humano pegar AIDS de um gato e vice-versa.

Muitas vezes a doença só é notada anos após a infecção, por isso é mais comum nos gatos adultos.

O vírus é transmitido através de urina, saliva, muco, fezes e sangue. Isso significa que o ato se lamberem mutuamente, mordidas, dividir os mesmos pratos de comida e água, usar a mesma caixa de areia, são meios prováveis de transmissão, de um gato doente para outro.

As gatas podem passar o vírus para seus filhotes, mas não no útero. É passado após o nascimento.

Ainda não existe vacina, mas meios profiláticos de prevenção podem ser usados.

O gato pode ser portador do vírus e não manifestar doenças.

O gato não adoece diretamente devido ao vírus FIV, mas em decorrência da imunossupressão que o vírus causa. Por isso não existe um sintoma específico para FAIDS. Pode-se desconfiar de FAIDS em animais constantemente doentes; doenças com difícil recuperação; doenças cronicas como gengivites; diarreia; secreções no nariz e olhos.

 

Doenças Respiratórias


A maior parte das doenças respiratórias em gatos é causada por vírus ou bactéria. São eles: Herpesvírus felino tipo1 (FHV-1); Calicivírus felino (FCV); Chlamydia psittaci e Mycoplasma.

São muito contagiosas, acometendo principalmente os mais jovens, os debilitados e os mais velhos.

Em muitas infecções respiratórias o primeiro agente é um vírus e a doença se complica com uma infecção secundária por bactéria.

Entre os sintomas nota-se: depressão, febre, espirros, tosse, secreções oculares e nasais, falta de apetite.

A transmissão se dá pelo contato direto, com outro gato doente: cama, comedouro, bebedouro, gaiolas, etc.

O ideal é manter um ambiente limpo e arejado no inverno e manter a vacinação dos gatos em dia.

 

 

Enterite Viral


Inflamação do intestino delgado, causada por vírus como o Parvovírus, Coronavírus, Rotavirus, FelV (Leucemia), FIV (Imunodeficiencia felina).

As enterites causadas por vírus são muito graves.

 

BACTÉRIAS

Enterites Bacterianas

Inflamação do intestino, causada por bactérias como Escherichia coli, Salmonella, Campylobacter, Clostridium entre outros.

A enterite bacteriana pode ser secundária a alguma outra doença, que debilite o organismo.

Tanto as enterites bacteriana e viral têm como sintoma diarréia aquosa, falta de apetite, depressão, fezes com muco (quando compromete intestino grosso), fezes escuras ou vermelhas (sangue), dor abdominal e febre.

A alimentação oral deve ser suspensa e a desidratação combatida com soro endovenoso.

 

Salmonella e Campilobacter


Duas bactérias intestinais que podem causar grave distúrbio gastrointestinal em vários animais, incluindo o homem.

A infecção no homem geralmente se dá através da ingestão de alimentos contaminados, sendo o gato uma fonte rara de infecção. Mesmo assim, medidas e cuidados de higiene devem ser observados quando lidar com gatos com diarreia prolongada, grave ou sanguinolenta.

A Salmonella causa diarreia aguda, cólicas, aborto, anemia, febre e sinal ocular.

O Campilobacter é uma das maiores causas de diarreia no homem, sendo mais grave nos mais jovens. A contaminação é via oral-fecal (alimentos contaminados com fezes). No homem, a ingestão de leite não pasteurizado é uma importante fonte de infecção.

Os animais domésticos se contaminam por ingestão de carne crua, principalmente de aves domésticas.

Nos gatos a diarreia é com sangue e muco.

Essas duas bactérias são resistentes à Penicilina e Ampicilina, algumas cepas também o são à Tetraciclina e Canamicina. Normalmente se utiliza a Eritromicina.

 

Abcessos (bactérias anaeróbicas e aeróbicas)


Abcessos são comuns e mais frequentes em gatos, do que em outras espécies. Uma das razões seria a facilidade de infecção de uma mordida de gato, devido as bactérias existentes na sua boca. A frequência com que os gatos brigam e se mordem, também contribui para esse grande número de casos. Outra razão seria pelo tipo de ferimento causado pela garra do gato. Ela penetra na pele deixando apenas um pequeno furo, que se cicatriza logo, mas o tecido subcutâneo ainda está inflamado por baixo, formando assim um abcesso. Gatos também sofrem de doenças imunossupressoras, como a Leucemia e AIDS felina, que favorecem a ocorrência de infecção de lesões.

A gravidade de um abcesso pode variar desde um problema que o próprio sistema imune do gato resolve sozinho, até uma infecção que pode ser fatal.

Os abcessos geralmente são tratados através da abertura e limpeza com anticéptico, assim como a retirada do tecido necrosado. Os abcessos são muito dolorosos e o veterinário pode ter de realizar esse procedimento com uso de anestesia.

Também se faz uso de antibioticoterapia com Ampicilina e Amoxicilina, já que a maioria das bactérias formadoras de abcessos são susceptíveis a elas. Quando o tratamento com antibiótico não traz resposta favorável, o ideal é fazer uma cultura para saber qual a bactéria e qual o antibiótico mais indicado. Outra razão para falha no tratamento é a presença de doenças imunossupressoras, já que os antibióticos necessitam de ajuda da defesa natural do organismo para curar.

Algumas bactérias que não são comuns nesse tipo de ferimento, podem estar presentes, elas respondem melhor a outros tipos de antibióticos, como exemplo o Micoplasma, que responde melhor a Tetraciclina.

 

CLAMÍDIA

Conjuntivite (Chlamydia psittaci felis)


Clamidiose é uma doença sistémica que também se manifesta nos olhos por uma severa conjuntivite unilateral. Uma semana depois, atinge também o outro olho.

O animal pode apresentar tosse, espirros, corrimento nasal e comprometimento pulmonar, conjuntivite com descarga.

Por terem os sinais muito parecidos, a Rinotraqueíte (viral) pode ser confundida com a Clamidiose. Por isso em casos de dúvida, se recomeda administrar antibiótico.

O tratamento se dá por antibiótico oral e oftálmico com Tetraciclina

 

RICKETTSIA

Hemobartonelose (Haemobartonella felis)


Hemobartonelose (haemobartonellosis, anemia infecciosa felina) é causada por uma ricketsia: Haemobartonella felis. É um parasita microscópico que invade as células vermelhas do sangue, causando sua destruição. Ele nem sempre produz doença, podendo o gato ser portador assintomático. Quando produz doença, se acopla a parede das hemácias de forma cíclica.

A anemia que causa é regenerativa, porque não causa dano à medula óssea, o que deve ser levado em conta na hora do diagnóstico. Em muitos gatos a hemobartonelose ocorre após stress. O hematozoário é transmitido pela picada do carrapato ou pulga. Outros modos de transmissão são via placentária, da mãe para os filhotes, por mordidas e transfusão de sangue. São hematozoários felinos: Hemobartonella, Cytauxzoonosis, Erlichia.


Fases da Doenças:.Fase aguda: Esplenomegalia (aumento do baço).Fase cronica: febre; hematuria (sangue na urina); mucosas descoradas pela anemia profunda; epistaxe (perda de sangue pelo nariz); perda de peso; redução do apetite; petéquias (pequenas hemorragias subcutâneas); podendo ocorrer hemorragia gastrintestinal (devido ao rompimento de pequenos vasos) e icterícia; histórico de infestação por carrapatos, pulgas.

Cerca de 1/3 dos gatos não tratados morrem da infecção. Os animais se tornam portadores para o resto da vida, mesmo se recuperando da doença. Em casos de comprometimento do sistema imunológico, por causa viral, stress ou administração de corticosteróide, a doença retorna.

Achados do hemograma:

*Trombocitopenia = Queda do número de plaquetas, o que leva a hemorragias.

*Alterações leucocitárias =leucopenia (queda de leucócitos),

 neutropenia (queda de neutrofilos),

linfocitose (aumento de linfócito)

monocitose(aumento de monocitos).

Pode ocorrer leucocitose (aumento de leucocitos), mas é menos frequente.

Esfregaço de sangue periférico: visualização dos parasitos. Mas é difícil, necessita ser repetido varias vezes.

 Tratamento por oxitetraciclina por 3 semanas e anti anémico.

Existe uma alta incidência de hemobartonela em gatos portadores de Leucemia Infecciosa. Mas a doença pode ocorrer independentemente. De qualquer forma, quando ocorre uma anemia severa que não responde ao tratamento para Hemobartonelose, deve-se fazer teste para Leucemia.

Deve-se fazer um controle efectivo de pulgas, já que a doença é transmitida de um gato para outra, através da picada de pulgas.

Não há casos relatados de Hemobartonela em humanos.

 

FUNGOS

Histoplasmose (Histoplasma capsulatum)

Histoplasmose é uma doença fúngica sistémica, causada pelo fungo Histoplasma capsulatum, que está presente nas fezes dos pássaros, morcegos e aves domésticas. Os sinais da doença variam de acordo com os orgãos afetados, de uma forma geral causa distúrbios respiratórios, diarreia, dificuldade respiratória, tosse, febre, anemia, emagrecimento progressivo, dilatação do abdómen, aumento do tamanho do baço, fígado e linfonodos. A infecção pode se localizar no olho causando coriorretinite e endoftalmite.

O tratamento se dá pelo uso de Anfotericina B.

Criptococose (Cryptococcus neoformans)

Doença fúngica sistémica, causada pelo Cryptococus neoformans, que está presente nas fezes dos pombos.

Nos gatos ocorre mais os sintomas respiratórios, como tosse, espirros, descarga nasal e ocular.

Pode haver comprometimento do SNC, causando alteração de comportamento, ataxia, andar em círculo e cegueira.

Quando se localiza na pele, geralmente do pescoço e face, causa lesões nodulares ulceradas e inchaço.

Deve-se considerar a infecção por Cryptococus quando o gato apresentar doença respiratória e do sistema nervoso central, junto com lesões ulceradas e nodulosas de pele.

A transmissão se dá por inalação (sintomatologia respiratória), ou contaminação de ferimentos (lesões de pele).

O tramento é feito com Cetoconazol, mas é pouco eficaz em casos graves.

Dermatofitose (Microsporum canis)

Doença fúngica que nos gatos é 98% causada pelo Microsporum canis.

A aparência da lesão é bem variável, sendo os filhotes os mais afetados. Ocorre alopécia (falta de pêlos) focal e circular, descamação, formação de crostas principalmente nas orelhas, face e extremidades. Os pêlos ao redor da lesão têm a aparência de quebrados.
As lesões são muito semelhantes a outras doenças de pele do gato, como a Dermatite Alergica a Pulga e Acne Felina.

Os animais portadores podem não ter lesões aparentes, ou ter apenas alguns pêlos quebrados ao redor das orelhas e face.

A contaminação se dá por contacto direto com outro animal ou por objetos contaminados. Os esporos do Microsporum podem resistir até 2 anos no meio ambiente.

O hábito do gato lamber para se limpar, é uma forma de retirar os esporos dos pêlos. Gatos de pêlo longo são mais acometidos do que os de pêlo curto, porque não conseguem se limpar com eficiência e também por receberem menos sol na pele.

Os filhotes são mais acometidos por ainda não terem um sistema imune eficiente.

 Gatos com lesões primárias de pele, por pulgas, sarna ou outros, são mais propensos a dermatofitose.

O tratamento é feito com Griseofulvina oral, que não pode exceder a 20/50mg/Kg ao dia, já que é tóxica sobre a medula óssea. Também se faz uso do Cetoconazol, de 10/30mg/Kg ao dia.

A medicação deve ser feita até 2 a 4 semanas após o desaparecimento das lesões. De uma forma geral, o tratamento dura no mínimo 6 semanas. Quanto mais gatos no ambiente mais difícil é resolver o problema.

 Em casos de lesões primárias por pulgas, sarna, etc, deve-se tratar também.

Para o tratamento ser efetivo e evitar a contaminação de outros animais e pessoas, o ambiente deve ser descontaminado, assim como os objetos de uso do animal. Uma solução de água sanitária diluída de 1:10 mostra ser eficaz contra os esporos. Esses esporos são altamente resistentes e muitos desinfetantes não conseguem eliminá-los, assim como limpeza a vapor, porque a temperatura da água não é quente o bastante.

Se no local for usado aspirador de pó, os filtros devem ser jogados fora.

 Para facilitar essa limpeza e descontaminação, o ideal é que o gato fique isolado num único local, fácil de ser limpo todos os dias.

Esporotricose (Sporothrix schenckii)

Doença fúngica causada pelo Sporotrichumm schenckii. O Sporothrix é encontrado na matéria vegetal e penetra na pele através de ferimentos cutâneos.

A Esporotricose felina é transmitida através da mordedura ou arranhadura do gato.

Ele causa lesões de diversos tipos: forma cutâneo-linfática ou linfática; forma cutânea localizada; forma cutânea disseminada e formas extra-cutaneas.

Essas lesões estão associadas a feridas traumáticas e penetrantes na pele. Por onde o fungo entra.

A forma clássica de esporotricose no homem, é caracterizada pela "linfangite nodular ascendente", bem visível quando a lesão é localizada nos membros, formando um cordão de nódulos subcutâneos, que vão ulcerando, ficando com aspecto de furúnculos, que tem uma secreção purulenta.

As lesões se iniciam de um ferimento primário por espinhos, arranhados de galinha, etc. Por isso é comum em pessoas que lidam com a terra, como jardineiros e agricultores.

É uma doença basicamente de pele e tecido linfático subcutâneo.

Entre os animais acomete mais os cavalos. No cão pode atingir, ossos, pulmões e fígado.

Atualmente se considera que cães e gatos podem transmitir diretamente a infecção para o homem, por isso se aconselha o uso de luvas ao manusear o animal até que ele fique bom.

Se trata com antibióticos específicos para fungos como Anfotericina B e Griseofulvina.  Iodeto de potássio ou sódio no local das lesões. Não é recomendado a incisão das lesões porque as aumentaria.

 

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